O debate sobre governança sustentável ganhou ainda mais relevância diante da aceleração das mudanças ambientais que afetam populações vulneráveis em diversas regiões do Brasil. Políticas estaduais tratam de responder ao desafio da degradação climática, impulsionadas por vozes atentas que demandam ações concretas dos governos. A articulação entre os níveis municipal, estadual e nacional torna-se essencial para enfrentar riscos que vão desde desastres naturais até impactos sobre saúde, produção agrícola e infraestrutura.
Diante desse cenário, há a necessidade de redesenhar o papel do estado para que não apenas regule, mas também seja protagonista no enfrentamento dos efeitos adversos do clima. Novas legislações estaduais surgem para promover adaptação, mitigação, preservação de ecossistemas e valorização da biodiversidade. Também se observa a pressão social por educação ambiental, transparência nos dados climáticos, participação popular nas decisões políticas e inclusão de comunidades tradicionais nos processos decisórios.
Uma medida crucial é o fortalecimento de sistemas de monitoramento que utilizem tecnologia para mapear desmatamento, queimadas, poluição e emissão de gases. Sensoriamento remoto, satélites, aplicativos que reportem focos de calor e integração de bases de dados são ferramentas cada vez mais presentes. Esses instrumentos permitem diagnósticos precisos, atuação preventiva e tomada de decisões mais ágeis por parte da gestão pública estadual, de modo a minimizar danos e danos irreversíveis.
Também se torna urgente implementar políticas públicas de zonas costeiras, áreas de risco e comunidades quilombolas ou indígenas pois essas são as mais afetadas por elevações do nível do mar, fortes chuvas, secas e enchentes. O investimento em infraestrutura verde, sistemas de drenagem sustentáveis, recuperação de florestas nativas, nascentes, manguezais e restauros ecológicos configura uma resposta estrutural ao clima em transformação.
Além disso, a alocação orçamentária adequada se mostra peça-chave. Estados precisam destinar recursos financeiros suficientes para pesquisa, planejamento territorial, auxílio a agricultores familiares, programas de reflorestamento e adaptação climática. A escassez de verbas frequentemente limita ações emergenciais e impede que políticas preventivas sejam efetivadas, tornando-se verdadeiros gargalos para a governança sustentável.
A formação de profissionais públicos preparados em ciências ambientais, políticas de adaptação climática, gestão territorial e fiscalização ambiental também se destaca como prática estratégica. Ofertas de cursos, capacitações permanentes, diálogos técnicos com universidades e centros de pesquisa asseguram que as ações realizadas pelo aparelho estatal sejam embasadas, eficientes e menos sujeitas a falhas ou desvios.
O engajamento da sociedade civil, ONGs, movimentos populares e coletivos locais desempenha papel indispensável. Organizações que atuam nas áreas afetadas, populações envolvidas e ativistas ambientais contribuem levantando demandas, propondo soluções inovadoras, cobrando transparência e prestando vigilância social. Essa participação amplifica vozes que historicamente foram excluídas do processo decisório e ajuda a tornar políticas mais democráticas.
Em síntese governança sustentável no Brasil exige combinar ação política, participação cidadã, uso da tecnologia e justiça social. A crise ambiental exige respostas urgentes mas também contínuas. Estados com compromissos claros, recursos e capacidade técnica são capazes de alterar trajetórias, reduzindo riscos e protegendo populações. Para que isso ocorra de fato é fundamental que a sustentabilidade deixe de ser discurso para se tornar prática concreta em todas as instâncias de Estado e sociedade.
Autor: Rymona Ouldan